Rapidamente saímos do caminho malcheiroso dos “representantes” nunca eleitos para outro mais limpo e transparente.
Bom!
Combina muito com as facções em luta dentro do PT tentar enfiar trutas na discussão logo no primeiro momento como esta que eu denunciei pela manhã e de repente a coisa sumir no ar com se nunca tivesse acontecido. Lá cada um quer uma coisa e quase todas são ruins…
Dilma, a princípio completamente desorientada, surpreende-me pelo acesso de humildade. Do murro na mesa parte para consultas a representantes de todos os poderes em busca de caminhos para dirimir sua perplexidade.
Nada como um bom trambolhão debaixo de vaias para um político cair na real!
Nós temos a força. Eles entenderam, finalmente, que não são eles que mandam nesta merda.
A diversos amigos que me ligaram, respondi sempre o que venho dizendo aqui: não precisa inventar nada; o caminho é voltar aos elementos básicos da boa e velha democracia de que nós nunca tivemos um gostinho.
Entre todos os que tenho mencionado aqui, o mais prático e operacional para o momento é o que o ministro Joaquim Barbosa acaba de discutir com Dilma pelo que se depreende da entrevista que ele deu minutos atrás à Globonews: o voto distrital.
O voto distrital, como o ministro destacou, conduz automaticamente ao seu corolário, que é o “recall”, ou a retirada do mandato de representação do representante que trai.
Só com ele podemos entrar no terreno que permite a ação direta da cidadania sem risco de sacanagem.
Se sabemos que o deputado representa um determinado grupo de eleitores, é fácil estabelecer uma regra clara para tirar-lhe esse mandato mediante a coleta de uma porcentagem “X” de assinaturas daquele colégio eleitoral que levaria a um referendo para confirmar ou cassar o mandato do traidor.
Como disse o ministro e as manifestações de rua confirmam, a crise é de legitimidade, sintetizada naquele grito que mais se repete e que eu já registrei aqui: “Não nos representa! Não nos representa!”.
O voto distrital põe um dono em cima de cada deputado e de cada vereador pelo Brasil afora. E isso muda completamente a qualidade do jogo.
Um monte dos outros problemas de que os cartazes das manifestações se queixam endireitam-se automaticamente só com essa medida. E um monte de possibilidades futuras promissoras se abrem com ela também.
A gente mandando neles, tendo o emprego deles nas nossas mãos, tudo o mais é possível conseguir.
Se você quer que essas manifestações resultem em algo de bom, esse é um excelente começo. Transforme-se num soldado – digital e das ruas – do voto distrital com “recall”. Atenção porque esse complemento é fundamental. Não aceite uma coisa sem a outra que é o que eles vão tentar naquelas famigeradas “regulamentações” em que tudo se dissolve.
Grite, escreva, repasse e repita: “VOTO DISTRITAL COM RECALL“
Cabe registrar, para encerrar, que a oposição está perdendo uma grande oportunidade por não ser a primeira a empunhar essa bandeira. Mas ainda está em tempo.
Já do Congresso, só veio o que era de se esperar. O sr. Renan Calheiros e a legião de oportunistas em volta dele apressou-se em montar uma extensa lista de “presentes” para os manifestantes, todas tentando comprá-los com dinheiro.
“Passe livre” eterno no transporte público para os pouquíssimos grupos que ainda não ganharam esse privilégio; mais dinheiro pra saúde, mais dinheiro pra educação, mais dinheiro pra isso, mais dinheiro praquilo.
Não acredite em nada que se baseie em dinheiro. Esse dinheiro é o seu e o que o Brasil precisa é mudar as bases da sua democracia; reformar o seu sistema de representação.
Um passo de cada vez. Aposte no voto distrital que esse dá um monte de filhotes.
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